terça-feira, 3 de maio de 2011

A união do social com o belo

Começou hoje a Feira de Economia Solidária para o Dia das Mães, promovida pela ITEP/UENF. A feira está localizada nos prédios P-5 e E-1 (Reitoria), da Universidade, onde estão à venda os produtos feitos pelos grupos que trabalham de acordo com a lógica da economia solidária. O obejtivo da feira é reafirmar a importância desses grupos autogestionários e dar visibilidade à questão da Ecosol, mostrando que é possível a existência de uma nova forma de comércio mais justa e humana. A feira continua amanhã (04/05) e vai até a próxima quinta (05/05), no horário das 9h às 18h.

Quem passou pelos corredores dos prédios da UENF ontem não ficou indiferente ao material que era exposto. Mais do que um produto, eles são uma forma de arte, que, através da transformação dos materiais, também busca transformar vidas. Esse é o exemplo de Neide Conceição dos Santos Machado, da Cooperativa de Costureiras e Artesãs de Rio Preto (CCARP), que levou seu trabalho para a feira. Ela, que junto das outras artesãs, utilizam material como tabua, fibra de bananeira e até mesmo o material de banners publicitários para fazer peças como bolsas, mousepads e jogos americanos, reassalta a importância do incentivo aos grupos de artesãos.

"Sem apoio é muito difícil tocarmos esse trabalho. Muita gente começa e para por causa da falta de incentivo. Feiras como essa nos ajudam a estimular as vendas. Infelizmente, em Campos, o artesanato ainda não é muito valorizado. Caminhamos com dificuldade, mas tentamos trabalhar com os pés no chão. Amanhã teremos uma história verdadeira para contar", disse.

Beleza e terapia

Mesmo com algumas dificuldades, sobretudo no incentivo ao comércio solidário, as artesãs continuam fazendo seus produtos, que encantam pela beleza e originalidade. São presentes diversos que, além de agradarem a quem compra, também ajudam a melhorar a vida de quem confecciona. "Isso para mim é uma terapia, um prazer. Quando começo a fazer meu trabalho, esqueço dos problemas. Se pudesse, trabalharia só nisso", diz a artesã Sônia Maria Manhães. Ela lembra que "colocar uma banca sozinha é muito difícil. Mas, com o incentivo de feiras como esta, nosso trabalho aparece muito mais", conta.

Juraci Assad Ribeiro, que trabalha com artesanato há 33 anos e dá cursos sobre o assunto, também expôs seu trabalho na feira. A artesã considera que o artesanato é "melhor do que tomar remédio e ir ao médico" e que gosta mesmo é de ser reconhecida. "Eu me sinto realizada quando alguém acha bonito e compra. Fico muito feliz quando alguém aprecia o que fazemos. Acho que o artesanato teria que ser mais valorizado pela população da cidade", finaliza.


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